segunda-feira, 8 de novembro de 2010

RECURSOS ESTILÍSTICOS - GUILHERME RIBEIRO

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ELA É DE FÁCIL ENTENDIMENTO,
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domingo, 7 de novembro de 2010

A Maçã - Raul Seixas

Se esse amor

Ficar entre nós dois

Vai ser tão pobre amor

Vai se gastar...


Se eu te amo e tu me amas

Um amor a dois profana

O amor de todos os mortais

Porque quem gosta de maçã

Irá gostar de todas

Porque todas são iguais...


Se eu te amo e tu me amas

E outro vem quando tu chamas

Como poderei te condenar

Infinita tua beleza

Como podes ficar presa

Que nem santa num altar...


Quando eu te escolhi

Para morar junto de mim

Eu quis ser tua alma

Ter seu corpo, tudo enfim

Mas compreendi

Que além de dois existem mais...


Amor só dura em liberdade

O ciúme é só vaidade

Sofro, mas eu vou te libertar

O que é que eu quero

Se eu te privo

Do que eu mais venero

Que é a beleza de deitar...


Quando eu te escolhi

Para morar junto de mim

Eu quis ser tua alma

Ter seu corpo, tudo enfim

Mas compreendi

Que além de dois existem mais...




quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Mãos dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.

Estou preso à vida e olho meus companheiros.

Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.

Entre eles, considero a enorme realidade.

O presente é tão grande, não nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.


Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,

Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,

Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,

Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,

A vida presente.

(Carlos Drummond de Andrade)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Nó da vida


De um lado para o outro
meu olhar confuso corre.
Tento desfazer tudo que fiz
e refazer o que da vida mais quis.
Mas, descubro que já é tarde.
Jamais encontrarei o começo,
o meio...

Pois, da vida só me restam
as lembranças e a dor
Procuro uma saída para tanta amargura.
tento reagir, mas desconheço seu fim.

(Marilene Teubner)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Por Marilene Teubner

A cor do meu amor

O meu amor tem cor.

A cor da natureza

Em plena primavera.


Da brisa da manha

Suave, delicada

Com um leve perfume

Que invade a alma.


A cor do meu amor


Não tem igual

Mistura-se com o arco íris

Eu me encanto


E sou guiada pelo seu brilho.

O meu amor

Tem uma cor própria

Que ninguém mais pode ver


Apenas eu.


A cor do meu amor

E a luz dentro do

Meu ser.

(Marilene Teubner)

El color de mi amor

Mi amor tiene color.
El color de la naturaleza
Em la plenitud de la primavera.

De la brisa de la mañana
Suave, delicada
Con un dulce perfume
Que invade el alma.

El color de mi amor

No tiene igual
Se mezcla con el arco iris
Me encanta
Y me guío por su brillo.

Mi amor
Tiene su propio color
Que nadie más puede ver

Sólo yo.

El color de mi amor
Es la luz dentro de
Mi ser.


(Marilene Teubner)

Apresentando uma poetisa

Caminhada


Tudo cai no esquecimento.

Poucas lembranças.

Temo este tempo.

Tão rápido a imagem se torna nevoa…

Temo a morte.

O sonho do “nada” impossível.

Não existe o impossível.

Mas tudo se torna impossível.

O destino decide. Tudo é destino.

Mas nem sempre é possível ligar os fios…

Arrastada a vida se torna VIDA.


(Marilene Teubner)


Vídeos interessantes sobre o ato de "escrever"

http://www.youtube.com/watch?v=OVGoWU3fOtw

A arte de escrever


segunda-feira, 21 de junho de 2010

Onde você vê

Onde você vê um obstáculo,

alguém vê o término da viagem.

E o outro vê uma chance de crescer.

Onde você vê um motivo pra se irritar,

Alguém vê a tragédia total.

E o outro vê uma prova para sua paciência.

Onde você vê a morte,

Alguém vê o fim.

E o outro vê o começo de uma nova etapa...

Onde você vê a fortuna,

Alguém vê a riqueza material.

E o outro pode encontrar por trás de tudo, a dor e a miséria total.

Onde você vê a teimosia,

Alguém vê a ignorância,

Um outro compreende as limitações do companheiro,

percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo.

E que é inútil querer apressar o passo do outro, a não ser que ele deseje isso.

Cada qual vê o que quer,

pode ou consegue enxergar.

"Porque eu sou do tamanho do que vejo

E não do tamanho da minha altura."


(Fernando Pessoa)

terça-feira, 15 de junho de 2010

Acaso

"Cada um que passa em nossa vida,

passa sozinho, pois cada pessoa é única

e nenhuma substitui outra.

Cada um que passa em nossa vida,

passa sozinho, mas não vai só

nem nos deixa sós.

Leva um pouco de nós mesmos,

deixa um pouco de si mesmo.


Há os que levam muito,

mas há os que não levam nada.

Essa é a maior responsabilidade de nossa vida,

e a prova de que duas almas

não se encontram ao acaso. "


(Antoine de Saint-Exupéry)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

“Cada povo tem uma cultura própria. Cada sociedade elabora sua própria cultura e recebe a influência de outras culturas. Todas as sociedades, desde as mais simples até as mais complexas, possuem cultura. Não há sociedade sem cultura, do mesmo modo que não existe ser humano sem cultura”

(Pérsio Santos).


A Literatura é o meio mais prazeroso de estudarmos as diferentes culturas! (Sandra Garcia)


Reproduzindo aprendizagem...


"O homem é um animal

amarrado às teias de significados

que ele mesmo teceu,

sendo a cultura essas

teias."

(Cliford Geertz)




segunda-feira, 7 de junho de 2010

Versos íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!


(Augusto dos Anjos)

Eu sei... (poema reversivo)

EU SEI O AMOR SENTIDO

NUM ABRAÇO QUANDO PRECISO
O BRAÇO QUE ME DÁ RESISTÊNCIA
NA FUGA À AUSÊNCIA

EU SEI O AMOR CALADO
NUM OLHAR CÚMPLICE TÃO DESEJADO
DA HARMONIA SILENCIOSA QUE ME SEGURA
NA MINHA PROCURA

EU SEI O AMOR RECEBIDO
NUMA ROSA CHÁ QUANDO OFERECIDA
O CARINHO DO PEQUENO GESTO
QUANDO NADA PEÇO

EU SEI QUE SOU TUDO
NO PÔR DO SOL QUE ME LEVA A PASSEAR
NA LUA QUE ME EXPANDE A SONHAR
NA MINHA FÉ QUE ME ETERNIZA A VOAR
EU SEI QUE AMO TUDO.

***
agora leia de baixo para cima:

EU SEI QUE AMO TUDO.
NA MINHA FÉ QUE ME ETERNIZA A VOAR
NA LUA QUE ME EXPANDE A SONHAR
NO PÔR DO SOL QUE ME LEVA A PASSEAR
EU SEI QUE SOU TUDO
QUANDO NADA PEÇO
O CARINHO DO PEQUENO GESTO
NUMA ROSA CHÁ QUANDO OFERECIDA
EU SEI O AMOR RECEBIDO
NA MINHA PROCURA
DA HARMONIA SILENCIOSA QUE ME SEGURA
NUM OLHAR CÚMPLICE TÃO DESEJADO
EU SEI O AMOR CALADO
NA FUGA À AUSÊNCIA
O BRAÇO QUE ME DÁ RESISTÊNCIA
NUM ABRAÇO QUANDO PRECISO
EU SEI O AMOR SENTIDO

(Sara Rafael)

Natureza Viva


Teu mundo se acanhou consideravelmente. Habitas a toca e nela tens pretendido ampliar países e continentes. Pelos andaimes, sujas escadas do tegúrio, o que sobra do teu coração é um atlas para os acidentes do homem. Pálido ficou o teu rosto, onde crescem barba e bigode – desordenados. Não nasce sequer capim entre o horror e a zoofilia. Ainda que você se esforce por fazer brotar no janeiro ingente uma rude bromélia áspera e viva. Não que deixe de ser delicado o modo como ajeitas o chapéu no espelhinho da jaula.
Execraste a memória de pais, tios e avós - só o teu guarda-chuva te consola, furioso ao sol, te servindo de bengala. Também não há muito pra onde ir, além do cárcere. Fora do reduzido quintal inexiste lobisomem que ouse ganir sob o luar alheio. Vasto, o teu subúrbio te protege, a um tempo hemisfério e quarteirão, quintal e ninho. Um homem não é bem isso, nem estes pelos que lhe turvam o braço.

Em vão você procurou o sentimento fraco de lhe caber no peito todos os homens, e a humanidade inteira. Não, funesta serpente, só há trapaça e rancor onde dois homens se juntam – se a causa é a solidão e a desesperança. Vai, tímido vagau, participar com mãos operárias da aturdida oficina humana. Já sabes o preço desta vida curva: de nada adianta evitar a noite em que pressentes, com nojo, na cabeluda mariposa noturna, o desenho túmido de um mandrová maduro. Sombrios jogos de ocupação dos celibatários, dos viúvos, dos dráculas, das cartomantes, dos lobos e dos vampiros.

Quando acontece da tarde inchar de moscas o tugúrio, esgueira-te pelas ruas, praças, filas, ônibus, cinemas. Vai contigo a tua sombra; o teu fantasma te consola. Ninguém percebe e nem é por você percebido. Certamente anotas de passagem o cavalheiro, no expresso, ao lado; ele é que ignora as tuas mãos brancas em excesso, de compridas unhas, e como lhe agarra o dedo uma aliança de ouro.

Inútil buscar nos manuais lupinos a decifração do problema ou de suas possíveis causas. O que há é uma floresta inteira de bichos no escuro, uns mais, outros menos acanhados, e, mesmo com esforço, difícil encontrar o animal aproximado. Será um antílope? Um leopardo ou um elefante?Quem sabe um batráquio encantado por uma medusa.

O fato é que a noite põe estrelas no céu da tua janela, e então, pela fenda do muro, crack up, que daqui se olha, possível assistir, a uma única vez, ao espetáculo do jogo de cores da dança dos camaleões.

Dúbio animal em extinção, é uma hora tão quieta, que você, de melancólico pescoço, chega a parecer um dinossauro.

(Wilson Bueno)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Veo los barcos salir

Por mi ventana

Veo los barcos salir,

?quién los pudiera seguir

en su dulce navegar?

Anclada estoy a esta tierra

con mil afanes diários,

sin ilusión, ni cariño,

ni fuerzas para marchar.


(Emília Curras)

domingo, 25 de abril de 2010

Lista


Faça uma lista de grandes amigos,

quem você mais via há dez anos atrás...

Quantos você ainda vê todo dia ?

Quantos você já não encontra mais?

Faça uma lista dos sonhos que tinha...

Quantos você desistiu de sonhar?

Quantos amores jurados pra sempre...

Quantos você conseguiu preservar?

Onde você ainda se reconhece,

na foto passada ou no espelho de agora?

Hoje é do jeito que achou que seria?

Quantos amigos você jogou fora...

Quantos mistérios que você sondava,

quantos você conseguiu entender?

Quantos defeitos sanados com o tempo,

era o melhor que havia em você?

Quantas mentiras você condenava,

quantas você teve que cometer ?

Quantas canções que você não cantava,

hoje assobia pra sobreviver ...

Quantos segredos que você guardava,

hoje são bobos ninguém quer saber ...

Quantas pessoas que você amava,

hoje acredita que amam você?


(Oswaldo Montenegro)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Abra todas as janelas...

Abra todas as janelas que encontrar e as portas também.

Persiga um sonho, mas não o deixe viver sozinho.

Alimente a sua alma com amor, cure as suas feridas com carinho.

Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas.

Procure, sempre o fim de uma história, seja ela qual for.

Dê um sorriso a quem se esqueceu como se faz.

Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles o consumam.

Olhe para o lado, alguém precisa de si.

Abasteça o seu coração de fé, não a perca nunca.

Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os.

Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também.

Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.

Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!

Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.

Alague o seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.

Se achar que precisa voltar, volte!

Se perceber que precisa seguir, siga!

Se estiver tudo errado, comece novamente.

Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-as.

Se perder um amor, não se perca!

Se achá-lo, segure-o!


(Fernando Pessoa)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Tens asas de prata

Tú tienes alas de plata,

alas de ensueño,

de ilusión, de anhelo.

Me darás alas de plata?

Calla, calla.


Tú tienes alas de bronce,

alas de pasión,

de amor sin freno.

¿Me darás alas de bronce?

Calla, calla.

Tú tienes alas de hierro,

alas fuertes y seguras,

alas de grandes realidades.

¿Me darás alas de hierro?

Calla, calla.

Tú tienes alas de estaño,

alas de engaño,

alas falsas y amargas.

¿Me darás alas de estaño?

Calla, calla.

No me preguntes tanto.


(Emilia Currás)