sábado, 29 de agosto de 2020

A Paz



É preciso pensar um pouco 

nas pessoas que ainda vêm

Nas crianças

A gente tem que arrumar um jeito

De achar pra eles um lugar melhor

Para os nossos filhos

E para os filhos de nossos filhos

Pense bem!

Deve haver um lugar dentro do seu coração

Onde a paz brilhe mais que uma lembrança

Sem a luz que ela traz já nem se consegue mais

Encontrar o caminho da esperança

Sinta, chega o tempo de enxugar o pranto dos homens

Se fazendo irmão e estendendo a mão

Só o amor muda o que já se fez

E a força da paz junta todos outra vez

Venha, já é hora de acender a chama da vida

E fazer a terra inteira feliz

Se você for capaz de soltar a sua voz

Pelo ar, como prece de criança

Deve então começar outros vão te acompanhar

E cantar com harmonia e esperança

Deixe que esse canto lave o pranto do mundo

Pra trazer perdão e dividir o pão

Só o amor muda o que já se fez

E a força da paz junta todos outra vez

Venha, já é hora de acender a chama da vida

E fazer a terra inteira feliz

Quanta dor e sofrimento em volta a gente ainda tem

Pra manter a fé e o sonho dos que ainda vêm

A lição pro futuro vem da alma e do coração

Pra buscar a paz, não olhar pra trás, com amor

Se você começar outros vão te acompanhar

E cantar com harmonia e esperança

Deixe, que esse canto lave o pranto do mundo

Pra trazer perdão e dividir o pão

Só o amor muda o que já se fez

E a força da paz junta todos outra vez

Venha, já é hora de acender a chama da vida

E fazer a terra inteira feliz

Só o amor muda o que já se fez

E a força da paz junta todos outra vez

Venha, já é hora de acender a chama da vida

E fazer a terra inteira feliz

Só o amor muda o que já se fez

E a força da paz junta todos outra vez

Venha, já é hora de acender a chama da vida

E fazer a terra inteira feliz

Venha, já é hora de acender a chama da vida

E fazer a terra inteira feliz

Inteira feliz


(Roupa Nova e Pe. Fábio de Melo)

Disponível em: https://www.letras.mus.br/roupa-nova/1109626/ >Acesso em:29/8/2020

Imagem:
Disponível em:< https://br.pinterest.com/pin/302304193725067329/> Acesso em: 29/8/2020

domingo, 7 de junho de 2020

Jean de La Fontaine




Jean de La Fontaine foi um poeta e fabulista francês (8/7/1621 – 13/4/1695).

Sobre a natureza da fábula, La Fontaine declarou:“É uma pintura em que podemos encontrar nosso próprio retrato”


terça-feira, 2 de junho de 2020

Ponte para Terabítia





Faz muito tempo que vejo esse filme, mas não me canso de reprisá-lo. Talvez porque eu seja mãe, o enredo tenha me comovido profundamente, a ponto de encontrar nas entrelinhas, a cada vez que assisto, uma boa razão para recomendá-lo.


É um filme indicado para todas as idades, principalmente para adolescentes, mas trata-se de uma produção que deveria ser vista, como lição de cada, por pais, familiares, profissionais da educação e todos aqueles envolvidos, de alguma forma, com o desenvolvimento de crianças, com o objetivo de compreender um pouco mais sobre conflitos dos nossos filhos, por vezes, silenciados pelo medo, angústia, ansiedade, timidez etc.

Quem disse que a vida de uma criança é fácil? Os adultos, envolvidos com todas as responsabilidades do dia a dia, por vezes, não notam os inúmeros problemas que as crianças enfrentam, principalmente em “tempos” de bullying, de imposições sociais, enfim, com todo tipo de regras de comportamento, induzidas pelas mídias.

Ponte para Terabítia transporta-nos para um ambiente escolar agressivo, para o íntimo de uma família com dificuldades financeiras, para o encontro de uma amizade leal, para as portas da realidade com toques mágicos e surpreendentes. Mas, acima de tudo, apresenta-nos Jesse (Josh Hutcherson) e Leslie (Anna Sophia Robb), os protagonistas dessa história e alunos do 6ºAno, que vivem no campo, sem TV, o que os mantêm com o comportamento de acordo com suas idades cronológicas.

Ah, não podemos nos esquecer da irmãzinha de Jess, a May Bell (Bailee Madison), de seis anos. Tão doce e tão meiga, que enfeita o filme como se fosse uma florzinha do campo. Também devemos citar a Janice que, apesar de iniciar o filme como uma estúpida, termina a história com aprendizado e redenção.

O livro que deu origem ao filme foi escrito para David, o filho da autora, a norte-americana Katherine Paterson, na ocasião em que o filho perdeu sua melhor amiga. A história não é didática, não apresenta simplificações ou eufemismos sobre os dramas existenciais dos adolescentes, também não apresenta como objetivo maior a “lição de moral”, apesar de que é muito bom ver a Janice, a valentona que rouba os bolinhos de May Bell, se redimindo das maldades. A autora “não doura a pílula” sobre temas sensíveis, como por exemplo, a morte, que faz partir o coração de quem assiste. Vale a pena! Convide a família.


Disponível em:<http://criticos.com.br/?p=1193 >em:2/6/2020
Adaptações para fins pedagógicos - Sandra Garcia

sábado, 30 de maio de 2020

Os Três Porquinhos



1Era uma vez, três porquinhos que viviam na floresta com a mamãe. Um dia, como já estavam muito crescidos, decidiram ir viver cada um em sua casa. A mãe concordou, mas avisou-os:
----Tenham muito cuidado, pois na floresta também vive o lobo mau, e eu não vou estar lá para protegê-los…
---- Sim, mamãe! – Responderam os três ao mesmo tempo.
Os porquinhos arranjaram material e procuraram um bom lugar para a construção das novas moradias e, assim que o encontraram, cada um começou a fazer a sua própria casa.
5O porquinho mais novo, que só pensava em brincar, estava com pressa, fez a sua casa muito rapidamente, usando palha. O porquinho do meio, ansioso por ir brincar com o mais novo, juntou uns paus e, mais que depressa, construiu uma casa de madeira. O porquinho mais velho, que era o mais ajuizado, lembrou-se do que a sua mãe lhe havia dito, e pensou:
---- Vou construir a minha casa de tijolos, assim terei uma casa mais durável e muito resistente para me proteger do lobo mau.
É claro que ele foi o porquinho que demorou mais tempo a construir a casa, mas no fim, estava muito orgulhoso dela, e só depois de ver a casa pronta, juntou-se aos seus irmãos para brincar alegremente.
Um dia, andavam os três porquinhos pelos campos, rindo e brincando, aproveitando a diversão, quando apareceu o lobo mau:
---- Olá! Vejo três deliciosos porquinhos à minha frente.
10Ao verem o lobo mau, fugiram cada um para a sua casa. E o lobo, que estava cheio de fome, chegou ao pé da casa do porquinho mais novo, e disse:
---- Essa casa de palha cheira-me a porquinho! Saia daí que eu vou te comer! Senão sair, deito a sua casa de palha abaixo…
Como estava com medo, o porquinho mais novo não saiu. E o lobo tentou intimidá-lo mais uma vez:

eu gosto de mandar.
15Se não me obedecem,
eu posso me zangar!”

E nada do porquinho obedecer.
Então, o lobo bufou, e estufou o peito e soprou tão forte, que a casa de palhas voou pelos ares.
O porquinho, que antes era todo serelepe e só pensava em brincar, estava muito assustado, e correu em disparada ao encontro do irmão do meio, que havia construído uma casa de madeira. “Ufa! Que sufoco!” pensou o porquinho mais novo. E, pedindo ajuda ao irmão, foi logo entrando na casa de madeira.
20O lobo, que havia perdido a suculenta caça, ficou ainda mais irritado e, ao ver seu petisco fugindo, deu um jeito de alcançá-lo. Mas, a fera de dentes enormes pensou estar em vantagem, porque ao chegar à casa de madeira, descobriu que, ao invés de um porquinho, poderia devorar dois. E já imaginando a fartura da refeição, o lobo gargalhou e informou:
---- Essa casa de madeira cheira-me a porquinhos! E eu estou com tanta fome que vou devorar os dois!… Saiam já daí, estou sem paciência, e a fome está a me matar.
E o faminto novamente ameaçou:

eu gosto de mandar.
25Se não me obedecem,
eu posso me zangar!”

E com dois sopros, conseguiu deitar a casa de madeira abaixo.
Os dois porquinhos saíram novamente em disparada, apavorados, em direção à casa do irmão mais velho, que havia construído uma casa de tijolos, pois temia os perigos da floresta.
O lobo, vendo que os três porquinhos estavam todos numa só casa, exclamou, aos pulos de alegria, louco para botar as patas naqueles bichinhos:
30---- Cheira-me a porquinho, esta casa de tijolos novinhos. Aliás, sinto um concentrado cheiro de três porquinhos apetitosos!

 “E mais fome não vou eu ter,
pois apanharei a todos,
um por um dos porquinhos
para comer!”

35Então o lobo encheu o peito de ar e soprou com toda a força que tinha, que até se engasgou. “Cof, cof!” Mas a casinha de tijolos não se mexeu nem um bocadinho.
Aliviados, os três porquinhos saltitaram de contentes. Mas o lobo não
desistiu, e logo desatou a gritar, muito irado:

“EU MANDO E NÃO PEÇO,
EU GOSTO DE MANDAR.
SE NÃO ME OBEDECEM,
40EU POSSO ME ZANGAR!”

 E nada, os porquinhos continuavam bem quietinhos, trancafiados, na cada do irmão mais velho.       
---- Não consegui derrubar a casa de tijolos abaixo. Nem sequer derrubei a porta, mas tenho outra ideia… Esperem que já vão ver! - E começou a subir o telhado, em direção à chaminé.

 É agora  que eu desço,
E os porquinhos vou pegar,
45Sei que eu mereço,
E a minha fome vou matar.
Esses moleques atrevidos
Fizeram eu me cansar.”

Os porquinhos mais novos ficaram aflitos, enquanto o mais velho, que era muito esperto, colocou no fogão, por baixo da chaminé, um grande caldeirão de água a ferver.
50O lobo, ao descer pela chaminé, caiu no caldeirão de água quente e queimou o rabo. Com tamanha dor, o malvado fugiu o mais rápido que podia para o meio da floresta.
Desse lobo mau, tão esbravejante e esfomeado, que lutou como muita garra, para tentar um jantar suculento, nunca mais se ouviu falar.
E a respeito dos três porquinhos? Ah, esses continuam por aí, desafiando o perigo. Depois que o lobo foi embora, os dois porquinhos agradeceram ao irmão mais velho por tê-los socorrido quando mais precisaram.
Foi com o irmão trabalhador e responsável que os dois porquinhos aprenderam várias lições: tudo o que for feito com mais dedicação e amor tem mais chances de sucesso; um mundo melhor depende de atitudes melhores; e há tempo para as obrigações e para as diversões, é só saber organizar direitinho o tempo.
E assim, os três irmãos continuaram na floresta, consertaram os estragos feitos pelo lobo e viveram felizes lá para aquelas bandas por muitos e muitos anos. 

55Quem tem medo do lobo mau,
lobo mau, lobo mau?!
Quem tem medo do lobo mau,
lobo mau, lobo mau?!
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Curiosidades sobre a história

Os Três Porquinhos
Os contos de fada não são histórias contadas apenas para divertir ou entreter as crianças. Essa forma de narrativa apresenta frequentemente lições que, provavelmente, usamos pela vida toda.
No passado, quando não havia ainda a forma escrita de comunicação, as pessoas contavam essas histórias oralmente e, assim, de boca em boca, esses contos foram repassados e repassados, de todas as formas e tamanho, até os dias atuais.
A história de “Os Três Porquinhos”, por exemplo, traz lições que podem ser ensinadas aos leitores e à sociedade, por exemplo: sobre o momento de assumir a vida adulta e suas obrigações;  sobre a construção de um teto para própria sobrevivência longe da casa dos pais (situação de proteção); sobre os perigos que a vida pode trazer, que cabe ao próprio indivíduo prevenir e evitá-los (as "casas" frágeis);  sobre a solidariedade (no momento de perigo em que os porquinhos se ajudam).
Ainda sobre aprendizagens, a história nos ensina sobre a possibilidade de se construir um futuro sólido, se houver dedicação e amor para com os nossos objetivos (a casa de tijolos); sobre a necessidade de atitudes melhores, para que o mundo seja um lugar melhor; sobre a organização do tempo, para que haja oportunidades de mais realizações pessoais e coletivas; sobre a união entre os seres, que facilita a sobrevivência e a solução de problemas (o abrigo na casa de tijolos).
Não se deve privar o essencial direito à diversão, à alegria e aos momentos de descontração, para que os problemas sejam enfrentados com ânimo (o porquinho mais velho conseguiu enfrentar o lobo com ânimo).
Entre outras tantas visões que o texto pode apresentar, pois a interpretação é um ato subjetivo que depende do estado perceptivo do leitor, ainda podemos apontar a própria luta pela sobrevivência, na qual o lobo, sem medir esforços para matar a própria fome, destruiu, derrubou, ameaçou e perseguiu as vítimas. Como não obteve sucesso, teve que amargar a frustração do projeto mal sucedido. A criatura-fera agiu de forma egoísta e insensata, mas o lobo é um animal feroz, nesse caso, a ferocidade faz parte da sua essência. Nas relações humanas, temos oportunidades de agirmos como lobos, mas o bom senso costuma moldar e aprimorar nossos impulsos mais ferozes, permitindo, às vezes, que a ética nos encaminhe para uma versão melhor de nós.
Reforçando todas as características de ensino/aprendizagem que o texto apresenta, ao longo do desenvolvimento do conflito, fica bem clara a importância de persistir para conseguir vencer e, principalmente, não agir de forma imediatista.
A primeira versão da história de “Os Três Porquinhos” teria sido criada em torno de 1000 d.C., e não se conhece a autoria. Em 1383, o conto infantil foi adaptado para teatro, mas somente em 1890, foi popularizado graças a escrita de Joseph Jacobs, um escritor nascido em Sydney, Austrália em 1583. Os Três Porquinhos é uma fábula, cujas personagens são exclusivamente animais. A história dos Três Porquinhos já era conhecida na Inglaterra e Jacobs, como folclorista, resgatou contos tradicionais e os transformou em livros. O sucesso para Jacobs foi a utilização de uma linguagem clara e feita para a literatura infantil.
Essa história continua por aí, pronta para ser desvendada e observada por todos os pares de olhos leitores. Divirtam-se encontrando mais detalhes sobre comportamento, que os três porquinhos podem nos ensinar.

Adaptações para fins pedagógicos – Sandra Garcia
Referências
Disponível em:
< https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Tr%C3%AAs_Porquinhos> Acesso em: 30/5/2020. Adaptado.
Referência de Imagem

domingo, 24 de maio de 2020

Quase um enigma, essa Duquesa. "Decifra-me" (!?)




“Nunca imagine que não ser diferente daquilo que pode parecer aos outros que você fosse ou pudesse ter sido não seja diferente daquilo que tendo sido poderia ter parecido a eles ser diferente.”

(A Duquesa - Alice no País das Maravilhas)


sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

O Bicho-Papão


         

            “Era uma vez um bicho que vivia para amedrontar criança teimosa”. Toda vez que os pais pediam alguma obediência aos filhos menores e eles não obedeciam, logo eram avisados que o bicho-papão poderia aparecer.
            As crianças, com medo daquela fera desconhecida, procuravam fazer tudo o que era solicitado pelos pais. Mal sabiam elas, que os pais, na verdade, queriam protegê-las de algum possível perigo. Por exemplo, quando a criança pensava em abrir o portão para ir à rua desacompanhada, o pai logo dizia:
           ---- Não abra o portão, porque lá fora tem bicho-papão.
            O bicho-papão é usado para pôr medo nas crianças desde há muito tempo. Essa forma imaginária e primitiva de conseguir a obediência dos filhos atravessou gerações e ainda perdura, em algumas famílias, nos dias atuais.
            Depois de crescida, a criança acaba descobrindo que o monstro não existe, que era mesmo apenas uma forma imaginária de proteção ou de garantia de obediência utilizada pelos pais. Na maioria das vezes, essa era uma maneira carinhosa de mostrar aos filhos que, apesar de todas as maravilhas e da beleza da vida, eles precisavam tomar muito cuidado, porque o mundo é cheio de perigos e bichos-papões.  
Sandra Garcia