Cá estou a te amparar,
Dias e noites sem fim.
Do meu piso teu alimento.
Do ar que circunda, vida!
Estou a arder do sol,
Em círculos pela amplidão.
Água límpida das nascentes,
A espera da tua proteção.
Cada dia perco copas,
Quase não há onde florir.
Terra árida sem meu choro,
Quer em deserto se fundir.
E sem controle,
Onde choro, tudo vou levando.
Efeitos do teu desprezo!
Prateada, sob a lua, vagando.
Meu chão pisado, mágoa!
Impotente, castigada.
Imploro-te carinho.
Preciso ser!
Terra-mãe, desespero.
Filho meu, em trincheiras, metralhado.
Sem árvores a sombrear,
O solo arde esquecido, maltratado.
(Sandra Garcia 2011)
Poesia publicada na Coletânea "Joaquim Moncks &Amigos".
Editora Alternativa - RS, 2011
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