quinta-feira, 28 de julho de 2011

Terra-mãe: desespero

Cá estou a te amparar,

Dias e noites sem fim.

Do meu piso teu alimento.

Do ar que circunda, vida!


Estou a arder do sol,

Em círculos pela amplidão.

Água límpida das nascentes,

A espera da tua proteção.


Cada dia perco copas,

Quase não há onde florir.

Terra árida sem meu choro,

Quer em deserto se fundir.


E sem controle,

Onde choro, tudo vou levando.

Efeitos do teu desprezo!

Prateada, sob a lua, vagando.


Meu chão pisado, mágoa!

Impotente, castigada.

Imploro-te carinho.

Preciso ser!


Terra-mãe, desespero.

Filho meu, em trincheiras, metralhado.

Sem árvores a sombrear,

O solo arde esquecido, maltratado.


(Sandra Garcia 2011)


Poesia publicada na Coletânea "Joaquim Moncks &Amigos".

Editora Alternativa - RS, 2011

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